Anne Brontë, por Charlotte Brontë
A caçula das irmãs Brontë ocupa um lugar todo especial no meu coração. Seus poemas são muito belos e de bastante sensibilidade, como A Pomba Cativa, e seus romances são muito bons.
Gosto muito de Agnes Grey, pois possui traços autobiográficos ( acredita-se que Mr. Weston tenha sido inspirado por William Weightman, jovem pároco em Haworth, que parece ter conquistado o amor de Anne, segundo alguns indícios). A personagem principal foi inspirada na própria trajetória da autora como preceptora. É um romance singelo, mas belo e bem escrito. Não há como ler Agnes Grey sem sentir uma profunda simpatia pela personagem, é quase como se pudéssemos partilhar os seus sentimentos em algumas ocasiões.
Anne Brontë, versão de um retrato feito por Branwell Brontë
Me chama bastante atenção também o amadurecimento de Anne como escritora. Em seu segundo romance, A Inquilina de Wildfell Hall, a personagem principal, depois de sofrer todo tipo de humilhações possíveis por parte de seu marido, o abandona. Como isso deve ter parecido chocante no século dezenove, onde a mulher ainda era considerada propriedade do homem com quem se casava. Anne foi corajosa; parece que nessa altura de sua vida, ela já tinha visto mais coisas, compreendido melhor o mundo e as pessoas de sua sociedade e isso refletiu em sua escrita. Seu irmão Branwell teve problemas com a bebida e talvez esse fato esteja relacionado com o romance, pois a morte dele abalou profundamente toda a família Brontë.
Dandara Machado
www.mick-armitage.staff.sheff.ac.uk/anne/ann5face.html